Quem
nunca sentiu uma louca vontade de colocar a voz no mundo e dizer o que sentia.
De
gritar e dizer que não aceitava determinada situação e que podia fazer
diferente, mas então ao gritar um nó na garganta se formou e silenciou a voz do
coração. E nas gotas cristalinas a nossa alma tentou aliviar o aperto e a dor
que apertava.
Quem
nunca se sentiu sozinho?(por mais pessoas ao redor que tenha). Quem
nunca segurou as lágrimas para que não vissem sua fragilidade? Para não saberem
seus medos? Feridas?
Quem
nunca no canto do quarto com o barulho da chuva e uma suave música a rolar,
viajou nas lembranças e chorou. Chorou porque não entendia. Chorou porque não
sabia o que fazer e muitas vezes choraram porque queria não chorar, queria ser
forte.
Hoje
chorei porque a garganta apertou e sufocou meu coração. E o desespero como uma
espada afiada cortou esse nó e as lágrimas brotaram e escorrendo livremente diziam. Chore pelo
que precisar, mas não deixe jamais que a água que te liberta, te afogue também.
Ainda
se formarão muitos nós em minha garganta, ainda passarei por muitas
turbulências, mas também sei que enquanto na minha oração eu suplicar ao senhor
que me ajude e liberte, sentirei na alma a paz que tanto procurei.
E
não deixarei jamais, nem que seja no meu cantinho de dar vazão as lágrimas para
que estas me ajudem a encontrar na dor a solução.
(By
Milla Sousa)